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terça-feira, 27 de setembro de 2011

O achado do mais antigo fóssil humano do país

Arqueóloga que chefiou missão franco-brasileira e encontrou fóssil humano mais antigo do país resgatou para a ciência a importância dos sítios históricos da região de Lagoa Santa

Gustavo Werneck

O que há de comum entre a Revolução Russa (1917), os campos de prisioneiros da Alemanha nazista e um crânio humano de 11,4 mil anos? Antes que alguém pense tratar-se do roteiro de novo filme de ficção ou tema de romance fantástico, é bom avisar que o elo dos três episódios tem como figura central uma mulher – e muito a ver com Minas. Filha de diplomatas franceses, a arqueóloga Annette Laming Emperaire (1917-1977) teve uma vida de grande atuação e bem globalizada, numa época em que essa palavra nem estava nos dicionários. Nascida em São Petersburgo 15 dias antes de os bolcheviques tomarem Moscou, ela seguiu com os pais para a França e durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) participou da Resistência até cair em desgraça nas mãos dos alemães. Com o fim do conflito, Annette se dedicou à sua paixão pelas pesquisas e escavações, que lhe trouxeram ao Brasil e, na década de 1970, a Lagoa Santa, na Grande BH. Como chefe de uma missão franco-brasileira, encontrou o fóssil humano com datação mais antiga do país, a Luzia, e deu nova dimensão aos achados do naturalista dinamarquês Peter Lund (1801-1880).

Patrocinada pela Unesco, a expedição promoveu, de 1974 a 1976, escavações nas cavernas, principalmente na Lapa Vermelha

Um bom pedaço da passagem da pesquisadora francesa pela região cárstica de Lagoa Santa, que inclui, além desse município, Matozinhos, Pedro Leopoldo, Capim Branco, Vespasiano, Confins, Funilândia e Prudente de Morais, está em cartaz no Centro de Arqueologia Annette Laming Emperaire (Caale), no Centro de Lagoa Santa. Montada pela prefeitura local, que administra o espaço, com apoio do Serviço de Cooperação e Ação Cultural da Embaixada da França, a mostra vai até dezembro e traz um documentário, cadernetas de campo, fotografias das cavernas, desenhos de pinturas rupestres, mapas, artefatos em pedra e outros materiais do acervo do Caale ou cedidos pela família e outros especialistas. “Madame Annette ainda é pouco conhecida dos brasileiros, embora tenha desenvolvido pesquisas em outros estados e prestado serviços relevantes à ciência”, diz o curador da exposição, o museógrafo Mauro Agostinho Chagas.
Ao lado da arqueóloga Rosângela Albano, responsável pelo Caale (criado em 1983), e do historiador da entidade, Cleito Ribeiro, Mauro conta que Annette teve papel de relevância na formação de toda uma geração de arqueólogos, a exemplo de André Prous, Niède Guidon, Maria Beltrão e Paulo Junqueira. Olhando os painéis nas paredes e as peças expostas, Rosângela destaca a metodologia criada pela francesa, até então inédita no país, para o estudo das pinturas rupestres presentes nas cavernas e abrigos da região, enquanto Cleito ressalta que ela fez as primeiras datações com o uso de carbono 14 no Brasil.
A missão franco-brasileira em Lagoa Santa, sob a chancela da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), ficou na região entre 1974 e 1976 e concentrou as escavações principalmente na Lapa Vermelha de Pedro Leopoldo. Foi nessa caverna que Annette encontrou Luzia, cujo crânio está no Museu Nacional, no Rio de Janeiro (RJ). Em 1998, a primeira mulher da América, como entrou para a história, ganhou um rosto e uma história. Ao fazer o levantamento de coleções de fósseis no museu, o antropólogo Walter Neves, da Universidade de São Paulo (USP), fez estudos aprofundados sobre os ossos e providenciou a datação, que é de 11,4 mil anos.
 
Cleito Ribeiro, Rosângela Albano e Mauro Chagas organizam mostra arqueológica em Lagoa Santa

Despertar nas pesquisas
Um dos grande méritos da missão franco-brasileira foi resgatar a importância , no cenário científico mundial, de Lagoa Santa, onde de Lund, em mais de quatro décadas, coletou mais de 12 mil fósseis, os quais foram enviados, em 1845, ao rei da Dinamarca. A expectativa é de que 300 deles, em exposição no Museu Zoológico de Copenhague, retornem a Minas em regime de comodato para mostra permanente no receptivo turístico Peter Lund, a ser inaugurado, ainda sem data, na Gruta da Lapinha, em Lagoa Santa. O acordo foi firmado, em 2010, entre os governos da Dinamarca e de Minas.
Depois de Lund, a região, localizada na Área de Preservação Ambiental Cárstica de Lagoa Santa (APA Cárstica), só atraiu novos olhares na década de 1950, quando pesquisadores da Academia Mineira de Ciências e do Museu Nacional do Rio de Janeiro retomaram as escavações. Mauro destaca que houve um hiato de quase 100 anos nas pesquisas, mas a missão franco-brasileiro fez um bom trabalho durante dois anos, provocando um despertar nas pesquisas de maneira sistemática. “Esta região é das mais importantes do mundo em termos arqueológicos, paleontológicos e espeleológicos”, afirmam os três especialistas sobre a presença do homem, dos fósseis e das cavernas. Rosângela explica que o legado de Madame Annette inclui a criação de um guia, referência até hoje para estudos de material lítico, ou instrumentos de pedra produzidos pelos primeiros habitantes da América do Sul. Já no Paraná, onde atuou nas décadas de 1950 e 1960, Annette estudou os sambaquis, os sítios arqueológicos do litoral.
As fotos da exposição, que faz parte da 5ª Primavera de Museus e homenageia as mulheres, mostram o dia a dia de Madame Annette, vista com os instrumentos de seu ofício, junto à equipe ou caminhando nas cavernas. “Contam que era uma pessoa afável, simples e conversava com todo mundo”, diz Mauro. Paralelamente à exposição, há também uma mostra sobre Peter Andreas Brandt, desenhista e ilustrador que acompanhou Lund.

Um marco da arqueologia
Annette Laming Emperaire se formou primeiro em filosofia para depois se especializar em arqueologia. Em Paris, estudou sob orientação do francês Leroi Gourhan, com enfoque na arte rupestre da Europa ocidental, e nos anos seguintes dedicou-se aos estudos sobre a pré-história sul-americana, desenvolvendo, com o marido J. Emperaire, as pesquisas científicas pioneiras sobre os sambaquis do litoral brasileiro. Nesse setor, conseguiram as primeiras datações radiocarbônicas para sítios arqueológicos do país. Depois de estudar os sítios de ocupação humana mais antiga na Patagônia chilena, Annette retornou ao Brasil e participou da expedição e estudar um dos últimos grupos indígenas arredios do Brasil meridional – os xetás, do Paraná. Já como diretora de pesquisas da École Pratique des Hautes Etudes, de Paris, Annette foi, nos anos 1970, coordenadora científica da missão franco-brasileira de Lagoa Santa, que atuou no abrigo de Lapa Vermelha IV, em Pedro Leopoldo, na Grande BH. Nesse local foi possível, pela primeira vez, obter a datação mínima para pinturas rupestres brasileiras.

Linha do tempo
1801 – Nasce na Dinamarca Peter W. Lund, que viveu 46 anos na região de Lagoa Santa e é considerado o pai da paleontologia, arqueologia e espeleologia brasileiras
1832 –Lund (1801-1880) faz as primeiras descobertas de fósseis em cavernas e abrigos de Lagoa Santa
1845 – Lund envia ao rei da Dinamarca a coleção de fósseis encontrados na região de Lagoa Santa
Década de 1950 – Pesquisadores da Academia Mineira de Ciências e do Museu Nacional do Rio de Janeiro retomam as escavações na região
1974 –Missão franco-brasileira, chefiada por Annette Laming Emperaire (1917-1977), faz escavações, até 1976, em Lagoa Santa
1975 – Annette Laming encontra na Lapa Vermelha IV o crânio de Luzia, o fóssil humano mais antigo com datação do Brasil
1998 – Antropólogo Walter Neves, da Universidade de São Paulo, estuda e data (11,4 mil anos) o crânio de Luzia
2010 – Em maio, governos de Minas e da Dinamarca fecham acordo para cessão, em comodato, de 300 fósseis para exposição permanente em Lagoa Santa.
 

Publicado no jornal Estado de Minas em 24/09/2011 06:00 Atualização: 24/09/2011 07:37
 

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Nova visita dos alunos da Escola Estadual Padre José Venâncio

O museu recebeu no último dia 22 nova visita de professores e estudantes da Escola Estadual Padre José Venâncio, da cidade de Pains. O alunos participaram de visitas guiadas à exposição permanente do museu e, em nossa sala de audiovisual, assistiram a uma mostra fotográfica sobre o Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí. Durante a exibição das fotos os alunos escutaram um série de canções dos índios Xavante do Estado do Mato Grosso.
Estas atividades integram a programação do MAC vinculada à 3ª Jornada Mineira do Patrimônio Cultural, iniciativa da Secretaria de Estado de Cultura, por meio do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha/MG).
O museu também participa da 5ª Primavera de Museus, iniciativa do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), que vem ocorrendo em todo o Brasil - entre os dias 19 e 25 de setembro - com o tema: "Mulheres, Museus e Memórias".

1. Organização de grupos para a realização de visitas guiadas à exposição permanente. 2. Na sala de audiovisual os alunos assistiram a uma mostra fotográfica ao som de canções Xavante. 3. Ilusão de ótica na sala do simbólico do MAC.

Reserva técnica para ossos humanos

O MAC conta agora com uma sala exclusiva para o armazenamento de ossos humanos, ossos de fauna e vestígios vegetais. A sala é climatizada contando com ar condicionado e aparelho desumidificador de ar. O acervo do museu é agora separado entre materiais orgânicos (ossos humanos, ossos de animais, conchas e vestígios vegetais), que ficam na nova sala, e os objetos e artefatos inorgânicos, que permanecerão na reserva técnica conjugada ao laboratório de arqueologia.

As salas que compõem a reserva técnica do MAC. A foto 1 mostra a sala destinada principalmente ao acervo de ossos humanos. A foto 2 mostra a sala conjugada ao laboratório de arqueologia.

O veneno nosso de cada dia

Publicado na Ciência Hoje em 16/09/2011 | Atualizado em 19/09/2011

Desde 2008 o Brasil lidera a lista dos maiores consumidores de agrotóxico do mundo. O país é o segundo maior produtor de transgênicos do planeta, cuja promessa é o menor uso de herbicidas. Essas e outras contradições são discutidas por Jean Remy Guimarães em sua coluna de setembro.

Por: Jean Remy Davée Guimarães


Uma das imagens de abertura do documentário ‘O veneno está na mesa’, de Silvio Tendler. No filme, o cineasta apresenta a seguinte cifra: “Cada brasileiro consome em média 5,2 litros de agrotóxicos por ano”. (imagem: reprodução)

Tomo emprestado o título desta coluna do notável documentário de Marie-Monique Robin, como poderia também chamá-la O veneno está na mesa, em homenagem ao igualmente notável documentário de Silvio Tendler. Como o leitor já concluiu, são filmes sobre agrotóxicos no Brasil.

Tomei conhecimento desses documentários via redes sociais e discretas notas na imprensa. Vendo-os, descobri estarrecido que somos, desde 2008, o país que mais consome agrotóxicos no mundo. Uau, pensei! Então devemos mesmo ser os campeões na produção de alimentos.

Em rápida consulta ao site da FAO, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, descobri: em 2008, a produção sul-americana de grãos foi de 136 milhões de toneladas. De fato, dá para fazer muita papinha. Mas a norte-americana, no mesmo período, foi de 453 milhões de toneladas; a europeia, 478 milhões; e a asiática, 945 milhões.

Não lhes parece desproporcional estar no pódio do consumo de agrotóxicos para uma fatia relativamente pequena da produção global? É estranho. Também achei notável que um fato tão relevante como esse – de passar ao topo da lista – tenha tido tão pouco destaque na imprensa.

E mais extraordinário ainda a solitária nota na coluna ‘Eco Verde’, do jornal O Globo, em 11 de agosto de 2011, sobre a reunião da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) em que se decidiria a respeito da liberação ou não do uso comercial no país do primeiro feijão geneticamente modificado do mundo, desenvolvido pela Embrapa.

Pois bem, depois de algumas divergências na CTNBio, o feijão transgênico foi aprovado nessa quinta-feira, 15 de setembro. Veremos como a imprensa vai reagir. Hoje (16/9) o tema foi destaque da seção de ciência do mesmo jornal mencionado.

A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), que delibera sobre os transgênicos, aprovou em 15 de setembro um feijão transgênico desenvolvido pela Embrapa. A nova variedade é resistente ao mosaico dourado. (foto: Sanjay Acharya/ CC BY-SA 3.0)

Patenteando a vida

Não por acaso tem sido algo acidentada a aprovação de versões transgênicas, ou geneticamente modificadas – que soa menos ‘Frankensteinico’ –, de plantas de maior carisma e simbolismo por sua importância crucial na alimentação humana. O trigo na Europa, o milho no México, o arroz na Ásia...

Cada região tem sua versão do pão nosso de cada dia – o feijão-com-arroz, no nosso caso –, impregnado na sua história, religião, lendas e, sempre que possível, em seus pratos. Cada uma dessas plantas tem dezenas ou centenas de apetitosas variedades, obtidas pelo conjunto da humanidade ao longo dos últimos 10 mil anos graças à exaustiva seleção e cruzamento das raquíticas versões selvagens originais.

Até que um dia, as mesmas indústrias químicas que haviam desenvolvido desfolhantes para uso militar se aliaram a empresas de biotecnologia para desenvolver versões geneticamente modificadas de plantas que as tornassem resistentes a herbicidas específicos. Naturalmente, os herbicidas eram fabricados pelas mesmas empresas.

Roundup, herbicida da Monsanto ao qual a soja transgênica RR, produzida pela mesma empresa, é resistente.
A Monsanto, por exemplo, desenvolveu a soja RR (Roundup Ready), resistente ao glifosato, no mesmo momento em que a patente de seu herbicida Roundup (cujo principal ingrediente é o glifosato) vencia. Com o aumento da demanda pelo herbicida, não deixaria de lucrar tanto quando outras empresas passassem a produzi-lo.

Ninguém estranha que um herbicida seja patenteado. Mas patentear seres vivos? Sim, atualmente isto é legal em muitos países. Tudo começou em 1980, nos Estados Unidos, com uma bactéria, seguida por uma planta em 1985 e um animal em 1990. Hoje as sementes geneticamente modificadas e os herbicidas a que são resistentes são ambos patenteados e vendidos no mesmo pacote.

No Brasil, a lei permite patentes de microrganismos geneticamente modificados e proteção intelectual de cultivares de plantas, mesmo que não sejam geneticamente modificadas. As plantas e os animais – o todo ou partes –, bem como as sequências de DNA de qualquer espécie de ser vivo, não são objeto de patentes.

Lobby musculoso

Rápido retorno ao site da CTNBio. Lá encontro a liberação para o uso comercial de nove variedades de algodão, 17 de milho e cinco de soja, todas geneticamente modificadas para resistir a insetos e herbicidas – e patenteadas. Elas garantem a segunda posição brasileira na lista de maiores produtores de transgênicos do mundo. A promessa dessas plantas com código de barra é garantir maior produção com menor aplicação de agrotóxicos.

Por isso continuo não entendendo por que estamos no pódio mundial do uso desse tipo de produto. E por que o nosso uso de agrotóxicos cresce mais rápido que nossa produção de alimentos, transgênicos ou não.

Bem, na verdade, há umas coisinhas que ajudam bastante, como isenções fiscais – parciais ou totais – sobre agrotóxicos, em âmbito federal e/ou estadual; condicionamento de crédito bancário à comprovação de aquisição do pacote agronômico completo; assédio judicial sobre os órgãos reguladores como a Anvisa por parte tanto das empresas como de órgãos do próprio governo – como os ministérios da Agricultura e da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Tem mais. O Brasil usa diversos agrotóxicos importados cujo uso já foi proibido em países como Estados Unidos, China, Comunidade Europeia e diversas nações africanas. Nesses lugares, com frequência se proíbe o uso, mas não a fabricação. Alguns simplesmente transferem a fábrica para algum país mais flexível. Afinal, manter um mercado consumidor para esses produtos, em algum outro lugar, lhes dá uma sobrevida, amortizando mais um pouco o investimento inicial até cessar de vez a produção. Nada que um lobby musculoso não resolva.

Não há dúvida de que a invenção do kit agronômico patenteado foi uma grande jogada comercial. Mas o predomínio de poucas variedades patenteadas em grandes monoculturas promove o gradual desaparecimento das variedades que se plantavam antes da introdução do kit.

Isso deixa os agricultores sem plano B caso a produção diminua, por conta do aumento da resistência das plantas invasoras ao herbicida, e os custos aumentem, devido à necessidade de aplicação mais frequente do produto. Detalhe perverso: os contratos preveem a proibição de reservar parte da safra para replantio, uma prática milenar. Pensaram em tudo.

E ainda chamam isso de nova revolução verde? De fato, certas cédulas têm essa cor.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) produziu em 2009 uma cartilha para informar o consumidor sobre os benefícios da produção de alimentos sem agrotóxicos. O livreto Produtos Orgânicos – O Olho do Consumidor, ilustrado pelo cartunista Ziraldo, teve tiragem de 620 mil exemplares e está disponível na página do Mapa na internet dedicada à produção orgânica.

  

Jean Remy Davée Guimarães
Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho
Universidade Federal do Rio de Janeiro

Assista ao documentário "O Veneno Está na Mesa" do diretor Silvio Tendler.


sábado, 17 de setembro de 2011

APAE e CRAS de Pimenta visitam o MAC

O MAC recebeu no último dia 15 a calorosa visita de vários cidadãos de Pimenta: uma turma do Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) e uma turma da Escola Especial “Professora Elaine Rodrigues Nunes”, cuja mantenedora é a APAE.
A visita foi organizada pelas professoras Daniela Garcia, Nathalia Espíndola, Paloma de Assis, Evelym de Souza, todas do CRAS, e pelos professores da APAE: Maria Lúcia Costa, Laurentina  Costa, Maria Lopes, Lúcia Maria da Costa, Oneida Maria Lopes, Magna Silva, Eliton Dias e Lilian de Morais.
O grupo participou de visitas guiadas à exposição permanente do MAC e assistiu a palestras sobre o patrimônio arqueológico de nossa região. Na área externa, o prof. Cleber Rezende fez atividades com o grupo de musicoterapia que ele coordena na APAE, em Pimenta.
A visita integrou a programação do MAC vinculada à 3ª Jornada Mineira do Patrimônio Cultural, iniciativa do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha/MG).
O museu participa também da 5ª Primavera de Museus, iniciativa do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), que vem ocorrendo em todo o Brasil com o tema: "Mulheres, Museus e Memórias".

1 e 3. Professoras e Estudantes da Escola Especial Profª. Elaine R. Nunes (1) e do CRAS (3) assistem a palestra sobre o patrimônio arqueológico da região do Carste do Alto São Francisco. 2. Todo o espaço expositivo do museu é adaptado à locomoção de cadeirantes. 4. Atividade de musicoterapia coordenada pelo Prof. Cleber Rezende. 5. Doação que o museu recebeu recentemente, o elevador plataforma foi importante para viabilizar o acesso à exposição do museu.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Museu recebe a visita dos alunos da Escola Estadual Padre José Venâncio

O MAC recebeu na tarde do último dia 14 a visita dos alunos do 6º ano  da Escola Estadual Padre José Venâncio, da cidade de Pains. O alunos participaram de visitas guiadas à exposição permanente do museu e, em nossa sala de audiovisual, assistiram a uma mostra fotográfica sobre o Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí.
Estas atividades integram a programação do MAC vinculada à 3ª Jornada Mineira do Patrimônio Cultural, iniciativa da Secretaria de Estado de Cultura, por meio do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha/MG).
Hoje à tarde o museu receberá mais turmas da Escola Estadual Padre José Venâncio. Venha participar!

1. Alunos da E. E. Padre José Venancio na área externa do museu. 2. Sala de audiovisual em que foi exibida mostra fotográfica.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Terrorismo e genocídio contra os Guarani-Kaiowá no Mato Grosso do Sul

Nota Pública do Conselho Indigenista Missionário



"Estávamos rezando, de repente chegaram dois caminhões cheios de homens, chegaram atirando, ordenaram parar queimar barracas e roupas e amarrar todos índios. Saímos correndo, em direção diferente. A 300 metros do local vimos as barracas queimando e muito choro. Faroletes e lanternas estão focando pra lá e cá, as crianças e idosos não conseguiram correr. Os meus olhos enlagrimando (sic) escrevi este fato. Quase não temos mais chance de sobreviver neste Brasil”.

Relato de uma vítima do atentado contra a comunidade de Pyelito Kue.



O Conselho Indigenista Missionário - Cimi - vem a público denunciar e repudiar os ataques terroristas e genocidas desferidos contra os Guarani-Kaiowá, da comunidade Pyelito Kue, em Iguatemi, no estado do Mato Grosso do Sul, ocorridos nos dias 23 de agosto e 05 de setembro. Além de terem seus pertences destruídos, vários indígenas foram covardemente agredidos por homens fortemente armados. 
Para o Cimi, o fato de terem sido encontrados, no local dos ataques, cartuchos de munição calibre 12 anti-tumulto, as chamadas “balas de borracha”, constitui-se em mais um forte indício de formação de milícia armada, no Mato Grosso do Sul, com a finalidade de cometer crimes contra os indígenas daquele estado. 

Barraca de lona queimada - foto: MPF/MS

O Cimi manifesta extrema preocupação pelo fato de que, dada a total inércia das autoridades, especialmente do Governo Federal, há possibilidades de que ocorram novos, iminentes e ainda mais graves atentados à comunidade Pyelito Kue. De acordo com informações de uma liderança da comunidade atacada, repassadas na manhã desta sexta-feira, 09, a agentes do Cimi, não tendo para onde ir, os indígenas continuam acampados próximos ao local onde sofreram os ataques, estão cercados e têm sido alvo de constantes ameaças deBarraca de lona queimada - foto: MPF/MSfazendeiros e seus “seguranças”, que disparam tiros a todo o momento sobre os mesmos. Segundo essa mesma liderança, os indígenas estão isolados numa margem do rio que atravessaram para fugir dos ataques. Estão sem roupas, sem cobertas e sem alimentos. A liderança informa ainda que depois do último atentado, ocorrido na madrugada de segunda-feira, 05, nenhum representante da Funai, Polícia Federal ou de outros órgãos públicos foi ao local. 
 

Cartuchos das balas de borracha atiradas pelos atacantes dos indígena

O ataque a Pyelito Kue soma-se a outras situações análogas ocorridas, nos últimos anos, com as comunidades Apykai, Kurusu Ambá, Passo Piraju, Mbaracay, Ypoi, Guaiviry, Cachoeirinha, Buriti, Nhanderú Marangatu, Taquara, Carumbé, Itayka’aguyrusu, Yvykatu, Jaguapiré, GuiráKambi’y, entre outras. Nos últimos oito anos, mais de 250 indígenas foram assassinados no Mato Grosso do Sul.
Para o Cimi, a morosidade do Governo Federal em demarcar as terras tradicionais dos povos indígenas e a não identificação e punição dos seus agressores e assassinos constituem-se em verdadeira anuência e incentivo ao processo de terror e genocídio imposto aos Guarani-Kaiowá no Mato Grosso do Sul.
O Cimi conclama a sociedade nacional e internacional a se manifestar junto às autoridades brasileiras a fim de que assumam suas responsabilidades e tomem, de uma vez por todas, as medidas necessárias e urgentes para que se interrompa imediatamente esse processo de extrema violência contra os Guarani-Kaiowá no Mato Grosso do Sul.

Brasília, DF, 09 de setembro de 2011.

Cimi - Conselho Indigenista Missionário
 
Clique aqui para ver a galeria de imagens no CIMI.
 
Publicado no Cimi em 09/09/2011.

domingo, 11 de setembro de 2011

Alerta de incêndios leva Bombeiros a priorizar locais onde há pessoas e áreas de preservação

Mais da metade dos 853 municípios mineiros está em alto nível de alerta contra incêndios

Valquiria Lopes  
Mateus Parreiras

No estado onde mais da metade dos 853 municípios corre risco crítico de arder em chamas, segundo boletim do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgado nessa sexta-feira, as notícias anunciadas por quem tem a responsabilidade de atuar no combate às chamas em Minas não são animadoras. O Corpo de Bombeiros admitiu nessa sexta-feira que está trabalhando no limite da capacidade de resposta às ocorrências de incêndios e queimadas e que passou a priorizar locais onde o fogo põe pessoas em risco e há áreas de preservação ambiental. A decisão foi tomada mesmo depois de o efetivo operacional de 3,6 mil homens que atua no estado ter recebido reforço de 20% dos 2,1 mil funcionários do setor administrativo, o que representa 420 combatentes.
A convocação não é inédita na história da corporação, mas, de acordo com o capitão Frederico Pascoal, assessor de comunicação do Corpo de Bombeiros, se diferencia de outros anos por não ser suficiente para atender toda a demanda de chamados diários. Apesar de afirmar que a situação deve se manter, o capitão alertou que ocorrências de combate a incêndio em vegetação podem até mesmo deixar de ser atendidas ou ter que esperar um pouco mais de tempo. 
 
Com base em análises de satélites, são 452 cidades mineiras com o mais alto nível de alerta contra queimadas. Bombeiros trabalham com todo o efetivo

Conforme o levantamento do Inpe, feito com base em análises de satélites, são 452 cidades mineiras com o mais alto nível de alerta contra queimadas. Isso corresponde a 53% do total do estado e a 25% dos 1.820 cidades brasileiras que enfrentam o mesmo problema. É como se uma de cada quatro localidades criticamente ameaçadas por incêndios estivesse em Minas, o maior índice do país. Os dois estados que registram mais municípios em ameaça crítica de incêndio, depois de Minas, são Bahia (399) e Mato Grosso (128).
As análises de satélite do Inpe confirmam os relatórios do Corpo de Bombeiros. Apesar de Minas ter registrado número menor de focos de calor entre janeiro e julho deste ano em relação ao mesmo período do ano passado – foram 5.501 contra 4.553 –, a média de ocorrências diárias de combate ao fogo atendidas somente na Grande BH desde a segunda quinzena de agosto até agora já é recordista nos últimos quatro anos. O levantamento se refere ao combate ao fogo em lotes vagos e unidades de conservação ambiental no período considerado crítico da seca. De acordo com os números, a média de atendimentos diários do período chegou a 29 neste ano contra 17, em 2010. O aumento é de 70%. “Fora da época de seca são cerca de três ocorrências por dia e, nos primeiros meses do período de estiagem, chega a 14 ocorrências diárias. Mas os números se elevaram de forma abrupta e atingiram o ápice da nossa capacidade operacional”, afirma Pascoal.
“Esse aumento significativo tem relação com o último período chuvoso, que foi prolongado e fez com que a vegetação crescesse muito. Por outro lado, os índices de umidade relativa do ar estão batendo recordes de queda e isso afeta diretamente o combate. Com o tempo mais seco, as chances de um incêndio ocorrer são ainda maiores”, explica.

Descanso
Mesmo com o reforço de cerca de 3 mil brigadistas formados desde 2009 pelo Programa de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (Previncêndio), o trabalho ainda tem sido muito desgastante para os combatentes do Corpo de Bombeiros, conforme o capitão. “Chegamos ao topo e temos que respeitar o cansaço dos militares e os horários de folga deles. Os deslocamentos durante o trabalho são grandes, as condições de relevo são desfavoráveis e o trabalho exige força. Precisamos preservá-los para que tenham condição de voltar ao trabalho após a folga”, diz.
A subsecretária de Estado de Meio Ambiente, Marília Melo, confirma que a situação em Minas é realmente crítica em relação ao combate a incêndios e que a capacidade de atendimento dos brigadistas que reforçam o trabalho dos bombeiros também atingiu o limite. No entanto, ela não acredita que a situação fuja do controle operacional.
Publicado no Estado de Minas em 10/09/2011 06:00 Atualização: 10/09/2011 09:01

Buracão dos Bichos

Uma equipe do MAC esteve trabalhando, no último mês de agosto, em busca do sítio arqueológico Buracão dos Bichos. Trata-se de uma caverna calcária situada no município de Piumhi, na extremidade Sudoeste da região do Carste do Alto São Francisco.
O sítio foi escavado em 1971 por uma equipe do Instituto de Arqueologia Brasileira (IAB) do Rio de Janeiro. O material cerâmico encontrado neste sítio arqueológico embasou a tese do Prof. Ondemar Dias Jr., um dos principais nomes do Instituto, sobre a existência de uma variante estilística da tradição Una, denominada Piumhí. Dias Jr. sustenta que esta cerâmica,  que seria caracterizada por pequenos vasilhames, teria sido produzida por grupos de horticultores  pré-históricos que tinham nas cavernas o seu local de moradia permanente.
As escavações do Buracão possibilitaram as primeiras datações radiocarbônicas de nossa região. A amostra SI 2360 foi datada em 1840 ± 90 AP, em torno do ano 110 d.C. É a data mais antiga para ocupações ceramistas em nosso território.
Apesar da importância do local as indicações sobre sua localização eram um tanto vagas, havendo raras imagens, e de baixa qualidade, do sítio arqueológico. Sendo assim, nosso objetivo era localizar o Buracão dos Bichos, registrar suas coordenadas UTM, seu caminho de acesso e fazer um registro fotográfico do local e de seu entorno.
Nossas investidas tiveram sucesso no último dia 07, depois de cruzarmos informações colhidas junto a moradores de Piumhí. A caverna está inserida em um canyon do córrego Grande, tributário do rio São Francisco. Em seu interior foram encontrados um sem número de fragmentos de vasilhames cerâmicos indígenas, ossos de animais, conchas de moluscos bivalves, artefatos feitos em osso, e o fragmento distal de um machado semilunar.
Nossa equipe contou com a participação de Jader Caetano e Lucélio Nativo, do Espelogrupo Pains (EPA) e do arqueólogo Bernardo Lacale, do Instituto Mamirauá. Foi feito o registro das informações acerca do estado atual do sítio arqueológico e o MAC deverá entregar uma atualização da ficha de registro do Buracão dos Bichos no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (CNSA/IPHAN).

 
1. Canyon do córrego Grande, no qual está inserida a caverna. 2. Foto montagem que apresenta uma panorâmica dos salões da caverna Buracão dos Bichos. 3. Nicho da caverna que contém vários artefatos pré-históricos. 4. Amontoados de fragmentos de grandes vasilhames cerâmicos estão espalhados pelo piso da cavidade. 5. Fragmento distal de machado semilunar, artefato de rocha polida. 7. Fragmentos cerâmicos coberto por uma camada de escorrimento de cristal de calcita. 8. Osso de animal e concha de molusco bivalve no piso de um dos salões da caverna. 9. Opérculo e esporão de peixe, agulha feita em osso, todos encontrados no piso da cavidade.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Pecuária é a maior causa do desmatamento da Amazônia, diz Inpe

Flávia Foreque
de Brasília

A pecuária é a maior responsável pelo desmatamento da região amazônica. De acordo com levantamento realizado pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e divulgado nesta sexta-feira, 62,2% dos quase 720 mil km2 desmatados foram ocupados por pastagens.
O estudo do governo federal considerou as áreas desmatadas nos nove estados da Amazônia Legal até o ano de 2008. Essa área representa 18% de todo o bioma amazônico.
Segundo o instituto, a maior parte dessa área é ocupada atualmente por pasto limpo. "É aquela área em que houve efetivamente um investimento. Ela representa uma intervenção deliberada humana, com bastante cabeça de gado, com a intenção de intensificação de produção", disse Gilberto Câmara, diretor do Inpe.
Câmara ressaltou ainda que a atividade da agricultura ocupa apenas 5% da área total desmatada - o Mato Grosso é o único estado da região que tem um peso significativo na produção de alimentos.
"Não tem como dizer que a agricultura é a responsável pelo desmatamento, ela não é um vetor importante. O uso que nós fizemos da floresta não foi nobre, não foi para a agricultura produtiva, foi para a agropecuária que ainda hoje é extensiva e precisa de políticas públicas para usar melhor a terra que a gente roubou da natureza", afirmou o diretor.
A intenção do governo agora é, a partir desses dados, fazer um melhor aproveitamento do potencial produtivo da região e ao mesmo tempo, garantir a preservação dos recursos naturais do bioma.
"Nós podemos aumentar com tecnologia a eficiência da agropecuária e da agricultura, que representa um universo pequeno, aumentando dessa forma a produção sem agredir um patrimônio natural", afirmou o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante.
"Nós não precisamos desmatar para desenvolver a Amazônia. Nós não precisamos desmatar bioma nenhum para desenvolver a agricultura", afirmou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira

Publicado na Folha de São Paulo em 02/09/2011 - 11h47 

Protejam nossas cavernas, protejam nossos morcegos!

Vítimas de derrame são tratadas com saliva de morcego na Grã-Bretanha

Pesquisadores britânicos estão realizando testes com saliva de morcegos-vampiros para tratar vítimas de derrames.

Entre os pioneiros no tratamento estão especialistas do Hospital da Universidade de North Staffordshire que estão desenvolvendo um poderoso novo medicamento que utiliza uma proteína na saliva dos animais para dissolver coágulos no cérebro. 
Os cientistas buscaram a saliva dos morcegos devido à capacidade que ela tem de tornar o sangue das vítimas dos animais fino o suficiente para que eles possam sorvê-lo.
 
Pascual Soriano/Nature Magazine/France Presse

O medicamento já foi testado em duas pessoas e já está sendo considerado pelos pesquisadores como o maior avanço no tratamento de derrames nos últimos 20 anos. 
Atualmente, vítimas de derrames precisam receber injeções de drogas capazes de dissolver coágulos em no máximo quatro horas após os ataques terem ocorrido, para que o medicamento ainda surta efeito. 
Mas a nova droga derivada da saliva do morcego, chamada desmoteplase, pode ser dada aos pacientes até nove horas após os derrames terem sido registrados.
De acordo com Christine Roff, pesquisadora da Universidade de North Staffordshire, o medicamento ainda está em fase de testes, mas se estes forem bem sucedidos, a droga poderá ser usada regularmente dentro de três anos.

Publicado na BBC Brasil em 5 de setembro, 2011 - 06:03 (Brasília) 09:03 GMT

Agenda Cultural em Pains


 'Água para elefantes'
Clique aqui e leia a crítica

LOCAL: Centro de Convivência do Idoso 'João Honório Gonçalves'
DATA: 08 de setembro (quinta-feira)
HORÁRIO: 20:00
 
Fonte: ASSCOM

MAC visita a Escola Estadual Joaquim Rodarte em Formiga

No último dia 05 o diretor do MAC, Gilmar Henriques, esteve em Formiga visitando a Escola Estadual Joaquim Rodarte,  aonde foi recebido pelo Prof. Luciano, de História, e todas as turmas de 6º. ano. 
Os alunos assistiram a uma palestra sobre o MAC e seu patrimônio cultural pré-histórico, demonstrando um profundo interesse sobre a pré-história de nossa região e sobre seu passado paleontológico.
A iniciativa tem por objetivo divulgar e tornar o museu mais próximo do estudantes das cidades que integram o território do  Carste do Alto São Francisco.
A atividade também integra o programa do MAC vinculado à 3ª Jornada Mineira do Patrimônio Cultural, iniciativa promovida pela Secretaria de Estado de Cultura, por meio do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha/MG).

Clique aqui para baixar os slides sobre a Arqueologia Regional do Carste do Alto São Francisco.
 

DICA do MAC:

Todas as matérias desta página estão na forma de hipertextos. Geralmente, todas as palavras na cor vermelha são, na verdade, atalhos (links) que acionam a abertura de outras páginas na internet.

Amplie seu conhecimento, é só clicar!

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Um fim de semana com os educadores indígenas da UFMG

O MAC, bem como a cidade de Pains, tiveram a honra de receber entre os dias 26 e 28 de agosto  a visita de uma centena de estudantes da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (FAE / UFMG), que participam do programa de Formação Intercultural de Educadores Indígenas (FIEI).
O grupo se dividia entre alunos dos cursos de Ciências Sociais e Humanidades, Ciências da Vida e da Natureza e Matemática.  Havia educadores das etnias: Xacriabá, Krenak, Pataxó hã-hã-hãe e Tupiniquin. Coordenando as atividades vieram os professores Pablo Lima, Marcos Bortolos, Maria Gorete e Luís Roberto de Paula, todos da UFMG.
Como pesquisadora convidada veio a professora Profª. PhD. Sandy Grande,  de etnia Quechua,  do Connecticut College, nos EUA, e autora do livro "Red pedagogy: native american social and political thought", cujo título, numa tradução livre, seria: "Pedagogia vermelha: o pensamento político e social nativo americano."
Os educadores participaram de visitas guiadas à exposição permanente do MAC e de um passeio temático pelas paisagens culturais do Carste do Alto São Francisco.
Foi feita uma mini-conferência sobre História Indígena e Educação na Escola Municipal Professor João Batista Rodarte, presidida pelo prof. Pablo Lima. Lucélio Nativo apresentou uma introdução à espeleologia do Carste do Alto São Francisco, Gilmar Henriques apresentou uma palestra sobre a história indígena em nossa região.
Mark Lopez, educador e pesquisador norte americano, de ascendência Maia, fechou o evento com chave de ouro, apresentando as atividades da CBE (Communities for a Better Enviroment) que em uma tradução livre seria: "Comunidades em Prol de um Meio Ambiente Melhor".
Esta ONG tem trabalhado com a juventude, mas não só com ela, de bairros pobres da cidade de Los Angeles, nos EUA, visando reivindicar por parte das autoridades  um gerenciamento responsável do meio ambiente de suas comunidades. A CBE tem organizado passeatas, ações, pesquisas e incentivado a participação de jovens nas audiências públicas realizadas para o licencimanto ambiental de empreendimentos. Um tema caro à toda população de Pains e região. Durante as palestras contamos com a presença do Secretário Municipal de Meio Ambiente, Mário Oliveira.
O evento foi importante por demonstrar o potencial que nossa região possui para um turismo cultural e científico que, feito de maneira responsável, poderá vir a ser uma atividade econômica tão importante quanto a mineração e a agro-pecuária, podendo trazer dividendos para nossa economia sem tornar nosso ar irrespirável e sem que nossos rios sequem ou se tornem veios abertos de pesticidas e venenos. Um rápido exemplo: por dois dias e duas noites uma centena de pessoas lotou os hotéis da cidade, freqüentou nossas lanchonetes, restaurantes e bares, e consumiu inúmeros produtos de nossos lojistas.
 
1. Passeio temático pelo Carste do Alto São Francisco, ponto culminante da cidade de Pains, vale do rio São Miguel. 2. visita guiada à exposição permanente do museu. 3. Auditório: exibição de fotos sobre o Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí. 3. Palestra sobre a espeleologia do Carste do Alto São Francisco, ministrada por Lucélio Nativo. 4. Palestra sobre a história indígena no Carste do Alto São Francisco, ministrada por Gilmar Henriques. 5. Palestra de Mark Lopez sobre as atividades da CBE (Comunidades em Prol de um Meio Ambiente Melhor) na cidade de Los Angeles, nos EUA. 6. Dança em círculo realizada pelos educadores indígenas no pátio da Escola Municipal Professor João Batista Rodarte. 7. Educadora Xacriabá com sua pintura corporal feita a base de jenipapo.

Clique aqui para baixar os slides da apresentação de Mark Lopez, sobre as atividades da CBE, nos EUA.
Clique aqui para baixar os slides sobre a Arqueologia Regional do Carste do Alto São Francisco.

Assista abaixo o vídeo de ações da CBE chamando a atenção para as mudanças climáticas:


sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Machados feitos de pedra têm 1,8 milhão de anos

Reinaldo José Lopes
Editor de Ciência e Saúde da FSP.

Os instrumentos de pedra que você vê abaixo são os mais antigos exemplares de uma tecnologia avançada feita por mãos humanas - os iPhones do Paleolítico Inferior, digamos. E a invenção deles acaba de recuar quase 400 mil anos no tempo. 
A conclusão está em artigo na revista "Nature" desta semana. A equipe liderada por Christopher Lepre, da Universidade Columbia (EUA), determinou que os "machados de mão" (como é conhecido esse tipo de ferramenta) encontrados perto do lago Turkana, no Quênia, têm quase 1,8 milhão de anos
A data bate à perfeição com a origem africana do Homo erectus, o primeiro ancestral da humanidade com cérebro avantajado (em torno de dois terços do tamanho do órgão em pessoas de hoje). 
Pode ser, portanto, que os machados de mão sejam a assinatura tecnológica das capacidades mentais ampliadas da linhagem humana nesse período distante. 
Os dados anteriores indicavam que a tecnologia dos machados só tinha surgido há cerca de 1,4 milhão de anos, o que fazia menos sentido diante da história evolutiva dos hominídeos na área.
Clique na imagem para ampliá-la.
MISTÉRIOS  
Ainda assim, alguns mistérios permanecem, a começar pela utilidade dos instrumentos. Arqueólogos chegaram a criar suas próprias réplicas dos machados e, em experimentos, mostraram que eles seriam ótimos para cortar carne e abrir ossos de animais em busca do tutano, excelente fonte de calorias. 
No entanto, apesar da abundância de exemplares da tecnologia, há poucos casos de marcas de uso efetivo das ferramentas. De quebra, a arte de produzir machados de mão pouco mudou ao longo dos centenas de milhares de anos em que foi praticada. 
Para alguns pesquisadores, isso sugere que as ferramentas não eram produzidas para propósitos práticos, mas serviam como uma exibição de destreza para seus criadores - algo como uma cauda de pavão para hominídeos, por assim dizer. 
Seja como for, o certo é que, na própria região do lago Turkana, os machados eram produzidos lado a lado com instrumentos mais toscos, os da chamada cultura olduvaiense, que vão pouco além de seixos com uma superfície cortante artificial.
Para Christopher Lepre e seus colegas, isso pode indicar que mais de uma espécie de hominídeo, cada uma delas com sua própria tecnologia característica, teria compartilhado as margens do lago queniano na época. 
A tecnologia dos machados depois se espalhou por todas as áreas do mundo habitadas por hominídeos, chegando a locais tão distantes quanto Reino Unido e China. No entanto, nos mais antigos registros da presença do Homo erectus fora da África, ela não está presente - fato que ainda precisa ser explicado. 
Publicado na Folha de São Paulo em 01/09/2011 - 08h26 

Clique aqui para ir à página do artigo publicado na Nature.